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terça-feira, novembro 19, 2024

DIAS DIFÍCEIS.

 


                  Ontem chorei com a postagem do blog de D. Catiaho. Era antiga, mas muito oportuna. Nela o blogueiro, muito gente boa, silvioafonso cita Mário Sérgio Cortella e suas duas maçãs, O texto relata a passagem de um pai e seu filho pequeno. Chorei com a narrativa por lembrar de quando era pequena, tipo cinco anos, e de ter levando três amiguinhas à minha casa. Lembro de ter pegado cinco maças e do meu pai me dizer. — Filha, se vocês são quatro e não cinco, por que levar uma a mais? Lembro bem da minha resposta. Falei que não era por Neusinha não querer entrar que não quisesse uma maçã. Meu pai olhou para as maçãs, para mim, abraçou minha mãe e foram rindo para a cozinha.
Lendo o posto me lembrei de ouvir minha avó, conversando, dizer que 2011 foi um ano duro para a nossas famílias e nem por isso os meus pais me chamaram a atenção.
Por provocar o choro, não, mas pelas lembranças que me levaram a ter, sim, eu agradeço muito. Obrigado dona Catiaho. Obrigado senhor silvioafonso.

segunda-feira, novembro 18, 2024

A MELHOR CANÇÃO QUE CANTARAM PARA MIM.

 

     


     Minha avó me contou uma história que se outra pessoa contasse talvez não causasse em meu peito o aperto que esta causou. Foi assim: minha avó, contando, falou que um cantor lírico, um tenor espanhol, certamente um dos melhores e muito amigo de outro cantor, espanhol como ele, se desentenderam, brigaram. Foi anos sem se falarem. Quando um se apresentava em um lugar, o outro, sabendo, por lá não aparecia. A razão da briga, ninguém sabe explicar. Um dia José Carreras, o tenor de quem ela fala, parou de cantar; adoeceu. Fora diagnosticado com leucemia. Com a doença o cantor gastou todo a fortuna, mas bom, que é bom, não ficou. Quando soube da doença, Plácido Domingo, sem que o outro soubesse, para não constrangê-lo, criou, na Espanha, terra dos dois, uma fundação para tratar leucemia. Carreras foi internado e lá se curou. Curado sem gastar o que certamente não tinha. Tempos mais tarde, ao saber que o fundador da instituição era Plácido Domingo, o cantor não conteve as emoções. Foi ao “show” do cantor e o interrompeu. Todos se indignaram com aquele homem subindo ao palco, se ajoelhando aos pés do artista e num gesto comovente, bonito e fraterno, de agradecimento, pediu-lhe desculpas. Em público. Foi aplaudido de pé. Depois se abraçaram e certamente choraram, um no ombro do outro enquanto o povo aplaudia. Mais tarde, alguém da imprensa perguntou a Plácido: — “Por que você criou uma fundação para beneficiar um inimigo?” — Plácido então respondeu: — “Porque uma voz como aquela não pode se perder!
Minha avó é igual à sua e a sua também. Avó é anjo, é coisa de Deus. Obrigado, vovó por você existir. Te amo.

sexta-feira, novembro 15, 2024

FALEI OU PENSEI?

 


   Política na casa da gente é doença, daquelas, contagiosas. Até minha mãe, que nunca vi discutir o assunto, deixou transparecer já ter candidato. Não sei se meu pai votaria com ela se morassem nos EUA, mas que eles discutem, discutem. Não é discussão como quem se prepara para guerra, mas como vovó fala, “lapidam a mesma pedra, cada um com a ferramenta que tem”. Assim foi nas eleições para prefeito e vereadores da nossa cidade e para a felicidade de todos os candidatos para os quais votamos, venceram e por coincidência os deles também eram os meus. (meus votos acompanham, sempre, os do relator) Quanto a Trump e Kamala Harris, a discussão foi um pouco maior e pelo que vi no semblante dos dois, é mais difícil defender um país que defender a nós mesmos. Segundo diz minha avó, “o que é bom para os EUA não é bom para ninguém e não seria do Brasil que os presidentes de lá iam gostar”. Será isso mesmo, vovó, eu quis perguntar. Todos deveriam votar por vontade própria e não por obrigação, porque é votando que se aprende como a roda consegue rodar.
Votar é bom para os grandes e para os demais.
Esperemos a apuração torcendo para vencer o melhor, não o melhor para eles, mas o melhor também para os mais necessitados e principalmente para os que têm fome. Acho que ouvi o pessoal lá em casa falar muito sobre essas coisas ou não estaria dizendo o que acho que estou. Afinal, eu falei isso ou pensei?

segunda-feira, novembro 11, 2024

MEU PAI, UM HOMEM e O MENDIGO.

 

     


       Achei engraçado meu pai ter dado a coxa da galinha para minha mãe, se é a parte que ele mais gosta. Quando perguntei, ele disse que para qualquer um, a gente dá qualquer coisa, mas para um amigo a gente dá o melhor. Talvez poucos enxerguem com esses olhos, mas um amigo sabe o que o outro amigo tem de melhor. Ao ouvir aquilo, lembrei-me do "cheiroso", um pobre que residia com seu cachorro por ali. Um dia lhe perguntaram qual era o maior desejo que tinha. O mendigo, alisando a cabeça do animal, olhou para o homem e, apontando para uma carrocinha próxima, disse: "Comer um cachorro-quente com maionese, milho e batata palha. Igual ao que vende naquela carrocinha. Esse é o meu maior desejo”. Surpreso com a resposta, o homem foi até lá. Comprou um cachorro-quente bem caprichado e deu para ele. O mendigo ficou muito feliz. Agradeceu, sentou-se com o cachorro, tirou a
salsicha e deu para ele. Olhou para o homem com um sorriso de agradecimento e, muito feliz, comeu o pão e o molho. Vendo aquilo, o homem, coçando a cabeça, falou: — “Você disse que o seu sonho era comer um cachorro-quente. Por que não comeu a salsicha se era o melhor que ele tinha?” — “Quando temos de dar alguma coisa para um amigo, devemos dar o melhor. A salsicha era o melhor que eu
tinha, por isso dei para ele”. — Falou com o cão se esfregando nas pernas dele.
Conhecendo a história do mendigo e vendo o meu pai tão carinhoso com minha mãe, eu não sei se choro de felicidade ou se aposto no ser humano, mas, por via das dúvidas, acabo chorando por um e por outro.

quinta-feira, novembro 07, 2024

ACORDEI OU ESTOU DORMINDO?

 


      Nunca senti falta de doida nenhuma como sinto da minha prima. Essa doida é com quem desabafo quando Buluda não está disponível. Lamentavelmente, essa amiga, Buluda, minha confidente, dispensou alguns dias para visitar a Bahia com o namorado. Minha prima também é legal. É maluca, mas é confiável e quando se pede ela guarda segredo. Não toca no assunto, não interrompe enquanto escuta e nem joga na cara quando brigamos. Por isso, eu gosto dela. Mas devia estar jogando quando liguei, por isso não retornou. Que falta faz o fixo de antigamente. Quando aquilo tocava, todos corriam para atender. Aí, após atender, batiam na porta do quarto e eu, a essa hora, estaria falando do riso idiota que apareceu no meu rosto quando acordei. Ela certamente cairia na gargalhada ao saber que só dei pela coisa quando fui ao banheiro e me olhei no espelho. Talvez por acordar antes de meus pais me enfiarem no forno. Antes desse riso aparecer na minha cara, eu achava que seria servida numa travessa no jantar da noite passada. No sonho, porque foi um sonho, os meus pais cochichavam. Enquanto mamãe pedia para untar a forma com manteiga, o meu pai dizia que deixasse os temperos com ele. — "Ative o forno à temperatura máxima para que, em duas horas, ela esteja pronta para o consumo. Depois a gente corta os pedaços e serve com arroz branco e farofa de bacon com banana". — Dizia meu pai, baixinho, à minha mãe. Aí eu pergunto: — Como não me apavorar diante de uma declaração pavorosa, como essa? — Quando acordei, já estava de boa, só o sorriso que eu tinha nas fuças é que me incomodava. É por isso que eu quero falar com ela, mas a bandida não larga o videogame. Se largasse, com certeza, me ligava de volta, mas como é doida, não vê, não fala e não escuta. Se fosse ligação de homem... ela atendia. (ou não?)

terça-feira, outubro 29, 2024

"É, PODE SER".

 


    Encontrei um cãozinho em um beco perto de onde aprendo inglês. O estado de abandono nos atormentava a todos, mas, além de mim, ninguém se aproximou. Eu desejava abraçá-lo e beijá-lo, mas, para evitar que sujasse meu uniforme, o mantive afastado de mim. — Vai levar para você? — perguntou uma voz sobre meu ombro. A voz avançou metro e meio e o puxou para o colo — Se não for eu o levo pra mim — falou apertando o bicho ao encontro do peito. — Não, eu não posso levar. — falei me afastando. — Por que, não gosta de pet? — Gosto, é claro que gosto, mas meu pai não quer bicho em casa. Diz que lá, ninguém tem tempo pra esse tipo de vaidade. Eu sei que, se eu insistir, ele acaba aceitando. Mas é melhor não. Sempre que o perturbo com essas coisas, ele põe a mão na minha cabeça e afasta o cabelo da frente dos olhos.
— “Li recentemente em um livro”, é claro que não dá, exceto se eu o alisasse, caso contrário, não rola. — falei.
— Mas… tu quer o bicho pra quê, tu vai cuidar dele? — pergunto enquanto um esfrega o focinho no focinho do outro (talvez quisesse mostrar o dedo do meio).
Tenho dúvidas que vá cuidar, pois, se não cuida de si, dele é que não cuidará mesmo — pensei.
Fico triste quando vejo essas coisas, mas não incomodarei meu pai, de jeito nenhum. Antes de chegar a casa já sei que o encontrarei ao lado da minha mãe fazendo graça pra ela. É o que sempre acontece sempre que os dois estão sós.
Enquanto meu pai divertir minha mãe, eu não me envolvo com homem nenhum. Vai que o comportamento de um difira daquele que vejo diariamente ao lado da minha mãe. Não quero nem sonhar que todos sejam vilões e altivo só meu pai.

quinta-feira, outubro 24, 2024

O MARACA É NOSSO!

 


       Não me importo se a mulher veste short ou saia curta para mostrar as pernas bonitas e se eu não me atrevo, é porque não as tenho e se as tivesse, certamente não teria coragem. Mas cada um com sua própria verdade. Esse discurso não é para falar que não tenho pernas bonitas, mas para comentar um triste fato ocorrido na quinta-feira passada quando fui com meu pai assistir ao jogo das arquibancadas do maracanã. Tudo ia bem até o nosso time sofrer o primeiro gol. Isso não nos importou tanto quanto as exibicionistas nas cadeiras atrás das nossas. Eram cinco meninas mais ou menos da minha idade. Todas gritando e pulando a cada jogada, mas elas, que deveriam dar exemplo, eram as mais exaltadas e não me refiro aos palavrões que diziam, mas aos modos. Todas de saia curtinha, fazendo questão de mostrar o que as honradas escondem, sendo que três, desse grupinho, não usavam nada por baixo. E elas gritavam, saltavam e, instigadas pelas outras duas, abriam as pernas para o povo nas cadeiras de baixo. Eu nem vi o resto do jogo se minha atenção voltei toda para o meu pai que, como homem e jovem que é deveria estar olhando, mas, nem uma vez notei que o fizesse. É claro que comentamos a respeito depois, na saída, mas o exemplo que elas, como mulher que reclama do assédio, deveriam dar, ficou para o meu pai como homem honrado que é. Não estou discriminando ninguém como disse acima, mas me senti envergonhada por nosso time perder a partida e as meninas, de certa forma, me representarem.

segunda-feira, outubro 21, 2024

AMIGA

 




  Eu não tenho uma amiga para chamar de minha, o que não quer dizer que não exista quem se amolde ao meu jeito. Aquela que me puxe a orelha na hora certa ou me ajude escolher o caminho que eu deva seguir. Sempre haverá “uma melhor amiga” na vida de cada um e por que não haveria na minha? Não importa se demora ou será logo quando me levantar dessa cama. Uma amiga que chega séria, mas acaba te fazendo rir, quando você, na verdade, quer se desidratar nas próprias lágrimas. Aquela que vira à noite na sua casa ao seu lado, a que te conta os últimos babados assim que te vê. Amiga que sei que existe é tipo isso, tipo aquela que sai rindo alto no meio da rua com você procurando um buraco para se enfiar, que faz selfies contigo em lugares que ninguém faz. Àquela que primeiro te elogia para depois dizer que com o outro vestido vc fica melhor. Alguém que não te deu presente no aniversário, o que não quer dizer que não te ame, mas por esquecer ou por não ter como comprar. Amiga é quem leva um lero com o garoto que você tá afim, que te dá os melhores conselhos e que te diz se aquele garoto presta ou não. Amiga é quem te protege, que te faz dar as melhores risadas. Aquela que não larga do seu pé e que você quer ao seu lado até que os seus cabelos embranqueçam. Melhor amiga há sempre em algum lugar, não uma amiga qualquer, mas aquela que é a “melhor amiga de todo o mundo inteiro”, como li no livro de Colleen Hoover, na vida da gente. Aquela que te alegra quando você está triste, te agrada, te manda à merda quando acha que você merece, te abre os olhos em certos momentos, mas te ajuda e te ama. A amiga que você confia sua própria vida porque te ama de verdade. É essa amiga que a gente não quer perder nunca, e é a ela que a gente dá o título de melhor pessoa do “mundo inteiro”, como diz no livro. Mais que uma simples colega de escola, ela é sua amiga de verdade, sua palhaça e sua “gênia”. Mais do que uma amiga, ela é sua parceira, sua irmã. E que essa irmandade seja para vida inteira. Isso eu não li em lugar nenhum, talvez por não ter uma para que eu possa dizer isso.

quarta-feira, outubro 16, 2024

EDUCAÇÃO ZERO!

 


        — Se eu soubesse que vc ia à padaria, eu teria pedido pra trazer o jornal — disse meu pai me parando na rua. — Não seja por isso, papai, eu volto e compro para o senhor. — Bem, se vc não se importa, vamos os dois ao jornaleiro. — Meu pai colocou o braço no meu ombro e lá fomos nós, comprar o bendito jornal. Ao chegar ao quiosque, meu pai cumprimentou gentilmente o vendedor, mas este respondeu de forma grosseira e ao entregar-lhe o jornal, mal olhou para a cara dele. Pelo deixou parecer, meu pai não se importou ou não teria, sorrindo, desejado um bom final de semana para o grosseirão.
De volta a casa resolvi perguntar-lhe:
— Esse homem sempre te trata assim, papai?
— Sim, infelizmente.
— Então me explique uma coisa! Como você pode ser tão simpático com alguém tão mal-educado?
— Isso é fácil — respondeu — eu não ligo para o que ele fala porque não quero que seja ele quem vai decidir como eu deva me comportar.
Coloquei minha mão sobre a dele, no meu ombro e voltamos, do mesmo jeito que fomos, ele conversando enquanto eu, olhava o chão por onde pisava. Ele, compenetrado naquilo que ia dizendo, enquanto eu sorria aquele riso que eu nunca sei se é de orgulho ou de vaidade.

sábado, outubro 12, 2024

TODOS OS DIAS DA CRIANÇA

 


    Minha mãe diz que o bom de ser criança é que podemos ser tudo o que quisermos. Todo o tempo é mágico e maravilhoso, único, ela diria me pedindo para aproveitar todos estes momentos com a certeza de que é a melhor fase da vida da gente. 
— Sorria, agradeça, tenha fé e sabedoria, acredite em um futuro próspero, pois, ser criança é acreditar que tudo é possível.
Ser criança — mamãe continua dizendo — é ser feliz com muito pouco, é tornar-se gigante diante de gigantescos pequenos obstáculos. Ser criança é fazer amigos antes de saber o nome deles é ter liberdade para correr, saltar, brincar. Criança é um ser sensível, doce e sentimental, é o sonho que nunca se deixa de sonhar. Ser criança é a tristeza do chorar e a imensa alegria de saber sorrir. É ter esse dom imenso de perdoar mesmo a maldade que só quer magoar — Conclui segurando o meu braço com uma mão e enxugando os olhos com as costas da outra.
Pior para nós, crianças!, é o desejo de ser adulto, de ter nosso dinheiro e poder fazer com ele o que der na nossa cabeça. Ser criança — a meu ver, é sonhar com um pretendente bonito e educado que nos leve ao altar para alegria dos pais da gente. Ser criança e sonhar que o mundo pode, sim, ser da gente, desde que consigamos considerar pequenas as grandes batalhas, aquelas que só os gigantes, como os filhos pequenos acham que os seus pais são, conseguem vencer. Enfim, ser criança é viver como eu que penso, todos os dias, que tudo que sei não é nada diante o tamanho das dúvidas que o mendo me apresenta.

quinta-feira, outubro 03, 2024

O CHEFE

 


   Seu Arcanjo, morador da rua de cima, foi lá em casa com a filha conversar com meu pai. Enquanto ambos trocavam ideia, a filha foi ao meu quarto me perturbar. Com o cotovelo no batente da porta, perguntou o que eu estava fazendo. — Como vc vê, estou estudando — falei. A garota chegou por sobre o meu ombro para melhor ver o computador onde, na tela, estava escrito: “Tudo sobre o Parque Indígena do Xingu”.
— O Parque Nacional do Xingu é uma das maiores reservas indígenas da América e foi criado pela dedicação dos irmãos Villas-Bôas, Orlando, Cláudio e Leonardo — disse encostada a minha orelha. — Parece que estudou essa matéria — falei virando a cara pra fugir ao cheiro do chiclete. — Alguma coisa — ela disse — tipo assim, no passado, mais ou menos no século XIX, um Chefe, muito justo, para com as leis da aldeia, era considerado o juiz de todas as causas. Na tribo nada fugia a legalidade sem punição — dizia ela empertigada — Um dia ele foi procurado por um indígena que se queixou do desaparecimento de alguns dos seus pertences. — Mas como assim, sumidos? — perguntou o Cacique. — É isso aí, chefe. Não só eu, mas outras pessoas têm reclamado do desaparecimento de alguns pertences. O Cacique, prometendo solucionar o problema, reuniu a tribo para dizer que punirá o responsável com 20 chibatadas e como as reclamações não paravam, o Líder indígena aumentou a pena de 20 para 30, 40 e depois para 50 já que o larápio não fora encontrado. Alguns dias depois o pajé foi até o Chefe dizendo que o possível ladrão fora encontrado. — Traga-o para fazermos justiça! — Disse bastante zangado. — Todos se espantaram quando viram o larápio, quer dizer, a larápia, pois não era outra senão a mãe do Cacique que, para cumprir suas palavras, pediu que a punissem. Desceram-lhe o manto expondo as costas magras da idosa que se curvou para receber o castigo. O Cacique foi até ela, desceu o próprio manto até a cintura, abraçou-a por trás e mandou que as chibatadas fossem dadas nas costas dele.
Aquela foi a maior prova de amor e justiça que o Chefe deu ao seu povo e quem sabe a nós que fazemos questão que nos chamem de civilizados. Eu, que estava chateada com a invasão do meu quarto, estava de boca aberta com o conhecimento da invasora que saiu para atender o chamado do pai.