Lembra quando eu disse que minha mãe acha que foi beijada pelo dentista durante uma consulta e quando falou lá em casa meu pai tirou sarro da cara dela, inclusive dizendo que ao invés de abrir a boca e fechar os olhos, por que não fez o contrário, fechou a boca e abriu o resto? A gente riu muito naquele dia. Quanto ao dentista, ele é gente de confiança e não seria a insanidade da minha mãe, como disse meu pai, que ele seria trocado. Estamos falando de quem exerce a odontologia por amor, já que, homens, com um terço de sua beleza, estão ganhando milhões posando para revistas ou fazendo novelas na Globo. Agora, se fosse verdade o que disse, duvido que nos teria contado, disse meu pai. Eu só voltei ao assunto porque ontem me vi obrigada a abrir a boca para ele. Não só abri com fechei os olhos, bem fechados. Fiz tudo o que normalmente se faz sentado naquela cadeira, mas, infelizmente, ninguém me beijou. Não fui beijada, não fui tocada e muito menos tratada por tu, mas por senhora. É muito azar da minha parte, não é? Claro que eu fecharia a cara como se estivesse zangada e até lhe diria impropérios, mas ninguém se atreveu, pelo menos comigo, a não ser com mamãe (O que minha mãe tem que eu não tenho, gente?). Queria tanto ter metido a mão naquela cara bonita e brigado com ele, mas, não deu. Nem o espelho que ele botou na minha frente mostrando o sorriso bonito, como disse, eu olhei. Queria tanto ter ficado uma fera por ter me beijado, mas que nada. Quem deve virar onça é meu pai quando o boleto chegar. Já estou preparando os ouvidos. “Puxa, Dr., nem um beijinho?”
(Baseado no meu texto “Acho que sim, foi sim”)
2 comentários:
Otimo post. Un abrazo
I had to chuckle at this one. Blessings, Ro!
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