As festas juninas que conheço são dedicadas a três santos: São João, responsável pelo batismo de Cristo, São Pedro, encarregado de preparar e guardar o salão, e Santo Antônio, que as moças insistiam que, por sua intercessão, casariam. Eu não vejo assim, mas quem sou eu para opinar sobre isso? Essas celebrações em meados do ano não são mais do que um meio para comercializar determinados produtos. A gente aproveita para encontrar os amigos, mesmo correndo risco de ouvir o que disseram sobre nós para eles e de nós para os outros. Eu vou, mas não para conversar sobre outras pessoas, menos ainda para arranjar namorado. Na festa de Santo Antônio, da qual participei pela primeira vez este ano, havia de tudo que é típico nessas ocasiões. Foi quando me perguntaram como ia o meu namorado? — Que namorado? — pensei perguntar, mas não perguntei. Preferi o silêncio a socar-lhe as fuças. Também perguntaram pela empregada que mamãe dispensou. Gente! Essas malditas cismaram que foi por ciúmes. Diziam que mamãe a teria mandado embora porque tinha ciúmes dela com meu pai. Na verdade, a razão foi que ela faltava demais. Ciúme do meu pai com a empregada? Só rindo. Ele mal consegue cuidar de uma mulher, imagina cuidando de duas.
Voltando ao tema, a igreja está pronta para escutar as mentiras que tenham para contar. Se você tem uma boa fofoca, é chegado o momento. Compareça. Não importa se a informação é verídica ou falsa. Venha, o valor é o mesmo. Independentemente de ser uma bela lembrança, uma desagradável verdade ou uma inesquecível mentira, o valor não mudará.
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