É comum ter sonhos estranhos ao dormir na casa da minha avó. Raras são as noites em que durmo lá e não sonho com criança, bruxas, fadas, gnomo e rainhas. Nesse fim de semana, por exemplo, eu sonhei com um rei. Um rei punitivo. Rei que manda atirar aos cães o vassalo que erra. Nesse sonho, um servo, o mais antigo do reino, cometeu um deslise. O rei, como de hábito, mandou que o atirassem às feras. Momentos antes da execução, o súdito pede aos guardas para falar com o rei, que concorda em ouvi-lo: — “Majestade, eu o servi por 10 anos e nunca errei. Agora, por conta de um pequeno erro, vossa majestade manda me matar. Se vossa realeza autorizar, eu gostaria de passar 10 dias com os mesmos cães que me devorarão”. O rei concordou. Concluído o período estipulado, o monarca determinou a execução da sentença. No entanto, em vez dos cães o devorarem, começaram a lamber suas mãos, seu rosto e seus pés. O monarca, furioso, pergunta o que fizeram com eles, de modo a levá-los a agir daquela maneira? O servo, com a cabeça baixa, respondeu: — “Dediquei-me a esses animais durante dez dias e, como vossa majestade pode observar, hoje me lambem o rosto, as mãos e os pés, enquanto vossa majestade, a quem servi por dez anos, ordena minha execução”.
Acordei com vovó perguntando se eu queria o café na cama ou se ia tomá-lo com ela?