T R A D U T O R

21 de dez. de 2025

PRESENTE DE NATAL.

  

Meu pai costuma atender às solicitações feitas por mim, mas não sem fazer antes aquela resenha. Não era para eu ter o saco que tenho ouvindo o blá blá blá que ele faz, mas, como estou sempre precisando, fico de boa.
Tudo começou quando a mãe de uma colega, que me ajudou em uma prova, ficou desempregada. É duro ser mãe solteira e não ter de onde tirar o seu sustento e o de sua filha, principalmente no fim do ano. Imagina o natal dessa gente! Aquilo mexeu comigo por isso o discurso do meu pai na minha orelha. Enfim, a mulher foi empregada. Três meses depois, minha colega vem dizer que mãe ia lhe dar um irmãozinho. Irmãozinho, mas como assim e nem marido ela tem? — falei olhando na cara dela. Gente, com tanto homem dando sopa no pedaço, a vagabunda não foi trepar com o patrão dela?! O problema é o cara ser casado, e alguém sabe com quem ele é casado? Com D. Sayuri, a melhor amiga do pai. Aquela a quem pediu para empregar a piranha. Quando ela soube o tipo de gente que meu pai pediu que empregasse é que a merda vai feder.
E ela, a mãe dessa menina, só falou na gravidez porque ela é brasileira e o patrão dela não é. Tanto ele quanto D. Sayuri, sua esposa, são japoneses. Tá na cara que o moleque vai nascer com a cara desse cara. Quanto ao meu pai... Não quero nem pensar no que D. Sayuri vai fazer quando souber. Primeiro vai meter o pé na bunda da vagabunda. Quanto ao marido dela eu não sei, mas sei o escândalo que ela vai fazer lá em casa. Coitadinho do meu pai. Foi fazer o bem e olha no que deu. Acho que o Natal vai ser daqueles.

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