26 de set. de 2025

O DOCE DA CRIANÇADA.

 



      Meus tios davam doces desde que eu era pequena. Ele afirmava que era promessa da minha tia, enquanto ela garante que é por tradição. Muitas vezes, antes da data, eu os via preparando os saquinhos, mas dá-los a mim ninguém dava, só no dia seguinte.    Aquelas eram as 24h mais longas da minha vida. Na tarde seguinte, já no dia 27, meus tios levavam os saquinhos para o portão numa bolsa de supermercado. O legal era ver a expressão de cada criança ao abri-los. Umas se encantavam, enquanto outras, com tristeza, por não conseguir uma extra para dar ao irmão que ainda não anda sozinho. Mas, de resto, era o mesmo de sempre. Muitos saquinhos para um número ainda maior de crianças. Nem todos conseguiam os doces que foram buscar. Também existiam os espertos que desejavam — e, em alguns casos, conseguiam — abocanhar mais de um.
Eu realmente não considero que dar doces no dia de Cosme e Damião seja uma prática religiosa. Embora tenhamos consciência de que a celebração está relacionada à Igreja Católica e aos cultos afro-brasileiros, como a Umbanda e o Candomblé. Mas, para mim, o mais importante é a tradição que enxergo como parte do nosso folclore, o que, a meu ver, deve ser preservada.
Bora lá, pegar doce, tia Rô!, diz a filha de seis anos, da minha prima, a quem pego no colo para beijar sua face, sorrindo.


22 comentários:

chica disse...

Uma tradição tão legal e na minha família ela não existia, mas ganhava os saquinhos de Cosme e Damião das vizinhas! Adorava! Lindo fds! beijos praianos, chica

Catiaho Reflexod'Alma disse...

Rô,
Tenho dessa data, lembranças
lindas de um tempo bem distante.
Ainda menina, sendo a filha mais velha,
eu tinha permissão
junto com meus irmãos e irmãs
de não irmos a escola e sim
sairmos juntos para receber doces
e presentes. Era um dia muito feliz
pra quem tinha muito pouco
de fartura e conforto nenhum.
Nesse dia éramos iguais a todas as
outras crianças! Ah sim! Minhas primas
que tinham de tudo nesses dias,
ficavam tristes e presas em casa, porque
sendo cristãs Batistas, minha tia Lena, não
as deixava sairem comigo e meus irmãos,
nós não tínhamos religião pra nós prender.
Obrigada por me trazer esse doce recordação.
Bjins de primavera.
Catiahô Alc.

DUlCE disse...

No tenemos esa tradición aquí, la cual desconocía por supuesto, pero creo que toda tradición es parte de la historia de un pueblo y si hay ilusión en los niños por unos dulces, mucho mejor.

Yo te dejo besos dulces para ti y dulce fin de semana, Ro.

Nuria de Espinosa disse...

Las tradiciones son a veces impresionantes y llenas de vida. Besitos

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Os pais de uma amiguinha não a deixavam comer esses doces, mas eu, às escondidas, os dava a ela. A gente cresceu e ela, assim como eu, continuamos a comê-los atualmente.
Beijos, D. Chica e obrigada, viu!!!

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Se eu tivesse escutado meus pais, não ia ao dentista com a frequência que vou, mas se o doce faz bem a alma, por que não comê-lo?
Beijos, D. Catiahô!!!!

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Ah, que pena…
Se doce não fosse bom, não teria esse nome, não é mesmo?
Beijinhos, viu!!!!

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Cada terra com sua tradição. Graças a Deus, aqui tem doce de tudo que é jeito!!!!!

Majo Dutra disse...

Gostei de te ler, Rô... Estás evoluindo...
Beijos
~~~

Olavo Marques disse...

Olá Rô! A forma como descreve a tradição dos saquinhos de doces mostra não apenas o gesto em si, mas também toda a emoção que envolve quem dá e quem recebe. É bonito ver como algo simples ganha significado e permanece vivo nestas recordações da infância. Abraços! 🤗

Tomás B disse...

Una bonita tradición esta que como nos dices no debía perderse y mas si es por una foránea.
Pero creo que aquellos que tienen como patrón a San Cosme y San Damián no la miran muy bien, ya que son los patronos de los médicos.

Saludos,

Eros de Passagem disse...

Que essa tradição não se perca.
Cosme e Damião, irmãos gêmeos, médicos, atendiam gratuitamente crianças muitas delas vítimas de violência. Segundo a lenda. eles davam doces aos pacientes com o propósito de angariar a confiança deles.
Confesso que a tradição que ficou na minha memória foi a do caruru para sete meninos servido numa tigela. Dado o sinal, avançavam suas mãos na tigela e comiam até a tigela ficar vazia.
Um abraço, Rô!

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Tenho feito muito para isso, dona Majo. Obrigada por acreditar em mim, viu!
Bjus!!!!

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Obrigada por nos contar essa história. Eu, particularmente, adorei!!!!

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Quando eu era pequena minha mãe me levava para pegar esses doces. Quando ela não podia, sobrava para minha tia, mulher do irmão dela. Dos doces não sinto saudade, mas da infância, sim, eu sinto.

Majo Dutra disse...

👍🌼🌷🌻💟

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Bonita a história, como todas as que ouço dos santos.
Obrigada por vir e falar com nossos leitores, comigo, principalmente.

DUlCE disse...

El dulce es bueno y endulza la vida. tengo un dulce para ti.

Beijinhos doces, menina y boa semana.

Jovem Jornalista disse...

É uma tradição marcante, que movimenta o território brasileiro. Esse ano não vi muitas crianças atrás de doces na minha cidade.

Boa semana!

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Até mais, Emerson Garcia

silvia de angelis disse...

Ho letto con molto piacere il tuo articolo.
Buona settimana

Ester disse...

Me gustan las tradiciones y creo que no deben perderse, es nuestro pequeño legado. Un abrazo

Mário Margaride disse...

Uma interessante tradição, RÔ. Quando somos crianças, os adultos tentam sempre agradar-nos. Faz parte da infância e do crescimento.
Beijinhos, boa semana e bons estudos!

Mário Margaride

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