Seu Arcanjo, morador da rua de cima, foi lá em casa com a filha conversar com meu pai. Enquanto ambos trocavam ideia, a filha foi ao meu quarto me perturbar. Com o cotovelo no batente da porta, perguntou o que eu estava fazendo. — Como vc vê, estou estudando — falei. A garota chegou por sobre o meu ombro para melhor ver o computador onde, na tela, estava escrito: “Tudo sobre o Parque Indígena do Xingu”.
— O Parque Nacional do Xingu é uma das maiores reservas indígenas da América e foi criado pela dedicação dos irmãos Villas-Bôas, Orlando, Cláudio e Leonardo — disse encostada a minha orelha. — Parece que estudou essa matéria — falei virando a cara pra fugir ao cheiro do chiclete. — Alguma coisa — ela disse — tipo assim, no passado, mais ou menos no século XIX, um Chefe, muito justo, para com as leis da aldeia, era considerado o juiz de todas as causas. Na tribo nada fugia a legalidade sem punição — dizia ela empertigada — Um dia ele foi procurado por um indígena que se queixou do desaparecimento de alguns dos seus pertences. — Mas como assim, sumidos? — perguntou o Cacique. — É isso aí, chefe. Não só eu, mas outras pessoas têm reclamado do desaparecimento de alguns pertences. O Cacique, prometendo solucionar o problema, reuniu a tribo para dizer que punirá o responsável com 20 chibatadas e como as reclamações não paravam, o Líder indígena aumentou a pena de 20 para 30, 40 e depois para 50 já que o larápio não fora encontrado. Alguns dias depois o pajé foi até o Chefe dizendo que o possível ladrão fora encontrado. — Traga-o para fazermos justiça! — Disse bastante zangado. — Todos se espantaram quando viram o larápio, quer dizer, a larápia, pois não era outra senão a mãe do Cacique que, para cumprir suas palavras, pediu que a punissem. Desceram-lhe o manto expondo as costas magras da idosa que se curvou para receber o castigo. O Cacique foi até ela, desceu o próprio manto até a cintura, abraçou-a por trás e mandou que as chibatadas fossem dadas nas costas dele.
Aquela foi a maior prova de amor e justiça que o Chefe deu ao seu povo e quem sabe a nós que fazemos questão que nos chamem de civilizados. Eu, que estava chateada com a invasão do meu quarto, estava de boca aberta com o conhecimento da invasora que saiu para atender o chamado do pai.
— O Parque Nacional do Xingu é uma das maiores reservas indígenas da América e foi criado pela dedicação dos irmãos Villas-Bôas, Orlando, Cláudio e Leonardo — disse encostada a minha orelha. — Parece que estudou essa matéria — falei virando a cara pra fugir ao cheiro do chiclete. — Alguma coisa — ela disse — tipo assim, no passado, mais ou menos no século XIX, um Chefe, muito justo, para com as leis da aldeia, era considerado o juiz de todas as causas. Na tribo nada fugia a legalidade sem punição — dizia ela empertigada — Um dia ele foi procurado por um indígena que se queixou do desaparecimento de alguns dos seus pertences. — Mas como assim, sumidos? — perguntou o Cacique. — É isso aí, chefe. Não só eu, mas outras pessoas têm reclamado do desaparecimento de alguns pertences. O Cacique, prometendo solucionar o problema, reuniu a tribo para dizer que punirá o responsável com 20 chibatadas e como as reclamações não paravam, o Líder indígena aumentou a pena de 20 para 30, 40 e depois para 50 já que o larápio não fora encontrado. Alguns dias depois o pajé foi até o Chefe dizendo que o possível ladrão fora encontrado. — Traga-o para fazermos justiça! — Disse bastante zangado. — Todos se espantaram quando viram o larápio, quer dizer, a larápia, pois não era outra senão a mãe do Cacique que, para cumprir suas palavras, pediu que a punissem. Desceram-lhe o manto expondo as costas magras da idosa que se curvou para receber o castigo. O Cacique foi até ela, desceu o próprio manto até a cintura, abraçou-a por trás e mandou que as chibatadas fossem dadas nas costas dele.
Aquela foi a maior prova de amor e justiça que o Chefe deu ao seu povo e quem sabe a nós que fazemos questão que nos chamem de civilizados. Eu, que estava chateada com a invasão do meu quarto, estava de boca aberta com o conhecimento da invasora que saiu para atender o chamado do pai.
10 comentários:
Uy la verdad hizo justicia. Te mando un beso.
Olá querida Rô,
Que linda história essa que a sua vizinha invasora te contou, mas me diga, quantos anos ela tem? Pelo conhecimento que apresentou ela é muito inteligente, pelo menos a visita inesperada lhe trouxe uma boa história pra contar!
Eu estou bem e te agradeço pelas visitinhas no meu blog, venha sempre que você puder!
Um beijo!
Gente, quantas boas histórias e curiosidades. Adorei o texto.
Boa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
Jovem Jornalista
Instagram
Até mais, Emerson Garcia
Una gran historia la que te conto esa intrusa en la que el jefe indígena dio toda una lección de amor y justicia, que tal como nos dices debíamos aprender los que nos llamamos civilizados.
Algo similar hable con un antiguo compañero de trabajo sobre tener educación y tener estudios, le puse como ejemplo su abuela (que apenas pudo ir a la escuela) y una persona con estudios universitarios y bien creo que si pusiéramos la educación de uno y otro seguro se hubíera inclinado del lado de la abuela.
Saludos.
Lindas historia, un beso
Oi, minha querida!
Voltando aos poucos aos blogs, andei off de tudo, ainda estou, mas vim te visitar. Que invasora sabida, hein?! Adorei!
Beijinhos
Gosto do conto...👏😘
Gosto do conto...👏😘
Minha querida Rô,
Eu achei o máximo você usar o meu blog para dar os seus recadinhos, fique a vontade para usar ele quando você quiser, o meu blog é de todos os amigos queridos da blogosfera!
Volte sempre e muitas vezes...haha!
Beijos!
Amei a história, Ro.
Postar um comentário