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segunda-feira, agosto 19, 2024

ERRO DE CÁLCULO

 



    Jamais esquecerei a história que a gente viveu... Do momento em que nos conhecemos e o que uma deixou tatuada na alma da outra. Depois, vieram os encontros, os passeios e as gargalhadas gostosas que você dava e, inicialmente, me deixavam sem graça. Dos papos que a gente batia, do cinema e dos passeios que a gente dava nos finais de semana, lembra? Nunca vou esquecer o dia em que a gente se olhou, pela primeira vez, e você disse "oi". Depois, foram muitos risos, histórias do boi Tatá que uma contava para a outra e a outra, quase sempre eu, achava que tinha mijado na roupa de tanto rir? Não vou, por mais que eu queira esquecer seu sorriso e até as gargalhadas que dava, eu não consigo. Você se lembra do mico que paguei quando você riu pela primeira vez, e eu, apontando para o seu dente, disse que tinha uma casquinha de feijão nele? Meu Deus! Como eu fui babaca. Morri de vergonha quando você me falou que era piercing? Meu Deus! Mostra-me um buraco para eu me esconder! Outro mico, eu não paguei para ninguém, mas para mim mesma. Foi quando você disse ter se apaixonado por uma menina. Olha só a minha cabeça! Você jurando fidelidade para uma amiga e eu, idiota, pensando besteira. Desculpa, amiga, mas é verdade. Olha só, você não deve ter se esquecido das noites que passamos juntas, principalmente daquelas em que, deitadas na grama do jardim da sua casa, ficávamos horas olhando as estrelas e, quando uma estrela caia não se sabe para onde, a gente pedia que nos mandasse um príncipe que nos amasse de verdade. Uma vez escutei o seu pai dizer para sua mãe que a gente era maluca. — “Olha lá, Cotinha, as malucas falando com estrelas como se estrela escutasse e soubesse falar!!!
“A gente riu muito do Seu Bené, você lembra? Depois de tantas juras, eu vou jurar novamente: juro que não contarei nossa história para ninguém, nem para os meus filhos, caso eu for mãe algum dia. Não conto porque, só de pensar, eu começo a chorar, imagina falando, como estou nesse diário... Eu não teria coragem de dizer que você foi minha amiga. Muito, muito amiga. Mas, por um erro do destino, Deus a levou do nosso convívio. Eles não acreditariam que duas pessoas vivendo atualmente pudessem ser amigas do jeito que a gente foi, quer dizer, que a gente é.


9 comentários:

Albada Dos disse...

Las amigas son realmente quienes nos llenan el alma.

Un abrazo

Jovem Jornalista disse...

Essas amizades ficam para o resto da vida e são bem marcantes. Gostei de ler esse texto.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO do dia 31 de julho à 05 de setembro, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

Jovem Jornalista
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Até mais, Emerson Garcia

São disse...

Que doloroso erro de cálculo esse...

Paz para sua amiga e abraço solidário para si

J.P. Alexander disse...

Es una historia triste, te mando un beso.

Pequena con estilo disse...

👌👌🤗🤗

She disse...

Que post emocionante.... sinto muito, minha querida, por sua perda. O que ficam são as lembranças e o amor. Fique bem.
Beijinhos e carinho

Tomás B disse...

Me has hecho recordar a un amigo que un accidente de trafico segó su vida con tan solo 20 años.

Saludos.

Jotabê disse...

Já devo ter dito antes e se disse, vou repetir: gosto muito dos seus textos.

Eduardo Medeiros disse...

Uma amizade assim tão bonita, merece ser celebrada.

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