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sexta-feira, março 15, 2024

DAMA DE HONRA

 


       Sempre que aparecia à residência de uma amiga, ela estava ocupada. Normal, se eu não avisei. Era com a mesma mulher que conversava quando eu ia lá, visitá-la. A nossa relação de amizade, mesmo eu sendo criança, era intensa e, inclusive, fui uma das damas de honra no seu casamento. O marido é filho de um amigo do meu pai, o que os torna amigos também. Papai nunca falou no casal, pelo menos com minha mãe ou comigo. Ontem, uma vez que as minhas ligações não foram atendidas, decidi proceder desta forma. Fui visitá-la. Não teria ido se ela tivesse atendido. Antes de bater ouvi um choro lá dentro. Não era a minha amiga, mas a mulher com quem normalmente o casal era visto. Fiquei nervosa, por isso bati. E como ninguém atendeu. Forcei a porta e entrei, pois não estava trancada. Nunca mais faço isso, para não deparar com a minha amiga, de quem fui dama de honra, transando com seu marido e mais uma mulher. Era ela quem chorava, mas de prazer, e não de uma doença qualquer. E eu pensando outra coisa. Jamais imaginaria que um casal, bem casado, permitisse outra pessoa na cama com eles. Apenas nos contos proibidos, eu sabia que existia um relacionamento a três. Uma semana depois nos encontramos na fila do banco. Então ela disse ter conhecido a moça em um site de namoro e a apresentado ao marido. Eles se deram muito bem por isso, meio que sem querer os três se tornaram um “trisal”. Disse que não eram um casal com uma namorada, mas um “banco com três pernas e se alguém tirasse uma delas o banco não funcionada mais”.
Não estava interessada, mas fui obrigada a ouvi-la.
Eu não devia ter confidenciado isso a ninguém, mas, caso não o fizesse, uma terapia seria a mim sugerida.

24 comentários:

silvioafonso disse...

Quero te dar parabéns, Rô. Nunca vi gostarem tanto de alguém quanto de você. Parabéns. Até eu tô gostando. (risos)
Beijos, muitos.

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Rô,
Penso que a forma como você
expõe é natural e não invasiva.
Mesmo sendo algo que foge as convenções,
não vejo crítica na sua publicação.
E só uma forma de expressar que você
demonstra.
Como em vários outros textos percebo
que é esclarecida; e que respeita as opções
e escolhas das outras pessoas.
Segue assim que seguirá bem.
Também é notório prestar atenção,
soube daquela material de um casal
que viaja durante o ano, tiram fotos
e postam em redes sociais. Recentemente
foram a imprensa para narrar que tiraram
uma foto na porta de um lugar de hospedagem
e depois da publicação foram cancelados
e perderam muitos seguidores. E ao
buscarem o motivo, souberam:
A foto tinha na porta um desenho, uma
figura que significava que aquele casal
era participante da pratica de sexo
com outros casais (swing). E eles não
são. Por não saberem, foram julgados
pela mídia da internet.
Em fim, acontece...
Grata por não escrever com tabus.
Bjins
CatiahoAlc.

Nocturno Náufrago disse...

Amiga, gracias por tu visita en mi blog. Lamentablemente estoy cerrando el mío, hubiera sido hermoso compartir palabras con vos, pero así se dieron las cosas.
Gracias.
Un abrazo.

Emília Pinto disse...

Querida Ro, antes de mais, quero agradecer-te as simpáticas palavras deixadas no nosso Amigo Beto e depois dizer-te que gosto muito do que escreves. Este texto está muito engraçado e deve ter sido muito constrangedor para ti dares de cara com semelhante espectáculo; será que te viram? Bem....com um entretenimento daqueles, com certeza não deram pela tua presença. Quanto à diferença entre os teus pais, vou confessar-te uma coisa; eu e o meu marido somos o oposto um do outro e no entanto, estamos casados há 48 anos; somos dois capricornianos ( 23 e 26 de Dezembro ) e claro, a diferença de feitios leva a algumas discussões, mas que temos sabido resolver; enquanto que ele não gosta de diálogo, eu não descanso enquanto não " ponho tudo em pratos limpos". Com o tempo, fomos percebendo que nenhum muda, mas aprendemos a aceitarmo-nos como somos, adaptando-nos um ao outro. O meu pai e a minha mãe também eram muito diferentes e ficaram juntos mais de 70 anos; só a morte os separou, tendo os dois 89 anos. Com certeza já sabes que eu vivi no Brasil e que os meus filhos são brasileiros; voltei para Portugal há 30, mas os meus pais e meu irmão ficaram; visito esse belo país muitas vezes e considero-me luso-brasileira; assim se consideravam também os meus pais e por isso é que aí ficaram, na sua última morada. Querida Amiga, desculpa a minha ausência e continua a escrever, pois escreves muito bem. Um beijinho e saúde para todos vós
Emilia 🇧🇷 🇵🇹 🌻 🌻

J.P. Alexander disse...

Hay todo tipo de parejas o en este caso tríos. Mientras sean felices . Uno no debe meterse. Cada quien con su vida. Te mando un beso.

Hada de las Rosas disse...

Ola Ro, uma historia que me deixa com a sensacao de que nunca conhecemos verdadeiramente as pessoas e que nos leva a olhar alem das aparencias para descobrir a realidade escondida sob a superficie.
Voce escreve muito bem y te mando um grande beijo!

Lucimar da Silva Moreira disse...

Alguns casais tem uma forma de relacionar diferente, isso é uma coisa que não concordo mais cada um leva a vida que quer, Rô bjs.

Maria Rodrigues disse...

Que situação constrangedora para ti, quando entras-te em casa da tua amiga.
Quanto a ligações a três, não faz o meu gênero, talvez por já ter alguma idade, considero que uma união é apenas a dois, mas cada um é livre de gerir como gosta a sua vida, desde que isso não interfira com a vida dos outros.
Beijinhos

Porventura escrevo disse...

Uau, bem quente este conto
:-)

Cidália Ferreira disse...

gostei bastante!!
.
O sol brilhará mais alto...
Beijos. Votos dum excelente fim de semana.

Olavo Marques disse...

Olá Rô!

Caramba... está aí uma história daquelas... 😅

Estou na dúvida se isso é uma história inventada ou real... mas se for real, sinto muito! Não deve ser fácil passar por uma situação assim!

Que constrangedor 😅

Mas pronto, o que não faz sentido para nós, poderá fazer para os outros. É respeitar!

Gostei muito de ler o texto, Rô. Abraços!

Jaime Portela disse...

Há casais que fazem isso, mas não serão muitos.
Nada a opor, mas não subscrevo... ainda que os bancos só se segurem com pelo menos 3 pernas.
Não visitar ninguém sem antes avisar... correm-se riscos de ver o que não queremos.
Gostei da sua história.
Boa semana.
Beijo.

Teresa Isabel Silva disse...

Dá para pensar...
Aproveito para desejar uma boa semana!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Graça Pires disse...

Que cena, minha Amiga. Fantástica a simplicidade com que conta tudo o que vi e ouviu.
Uma boa semana.
Um beijo.

Loiva disse...

Olá Rô!

Dizem o que acontece entre 4 paredes é da responsabilidade de cada um.
Tenha uma semana repleta de luz
braços Loiva

Simple Girl disse...

Que história!
r: Sim, o livro que partilhei é a história a seguir à coleção tradicional do Harry Potter

Lucinalva disse...

Boa tarde, Rô
Considero o relacionamento a dois, quando parte para três, não acho correto. Um forte abraço e obrigada pela presença no meu blog, bjs.

Jovem Jornalista disse...

Essas estórias são as mais comuns nos dias de hoje. Adorei o texto.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

Jovem Jornalista
Instagram

Até mais, Emerson Garcia

Flávio Cruz disse...

Acho que você já fez a terapia, Rô; agora quem precisa dela sou eu, que também não sou muito chegado nesse negócio de "trisal". Já ouvi falar, mas não sou desse tempo! :) Boa semana, meu abraço.

Vivir y dejar Vivir...Liz disse...

RO, una historia respetable a puertas cerradas, cada cual hace su vida como lo desee.
Abrazos y besos querida amiga

Ane disse...

Isso nunca teria acontecido comigo, eu não forçaria a porta para entrar.
Quanto ao casal ser trisal, a escolha é deles, se os dois aceitam, tudo bem.
Beijos nas bochechas! :)

Sérgio Santos disse...

Voce tem uma escrita maravilhosa, Ro.

Majo Dutra disse...

Ri-me com gosto. Que grande surpresa!
Aplaudo a narrativa.
Ótimo outono. Bj
Majo Dutra

Lu disse...

Ayyy Ro! me has hecho reír una vez más.
Me queda la duda de si es ficción o en verdad te ha pasado.
Por si acaso, no vuelvas a entrar a casa alguna sin antes tocar y esperar que te abran la puerta.
Por lo demás, cada quien se maneja en su vida de pareja cómo más le guste. El límite es hacer daño a un otro/otra. Mientras eso no suceda...¡pues que cada quien sea feliz y como perdiz!
Beso va