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quarta-feira, fevereiro 28, 2024

MONTEIRO&MILLÔR

 


            Adoro Monteiro Lobato, não por inspirar meu pai ou por me fazer dormir com a vovó sentada à minha frente, contando histórias. Posso citar qualquer uma delas aqui, mas prefiro homenagear meu avô por conhecer e se tornar amigo de Millôr Fernandes. Li muita coisa desse brasileiro, tem uma história que guardo com carinho e, como é a preferida do meu avô, eu vou contá-la, mas com as minhas palavras. É a história de um homem que, após sua morte, tentava entrar no céu, mas São Pedro não permitiu:
— O senhor não pode entrar, disse São Pedro!
— Como não posso entrar? — Perguntou o homem — se eu tenho folha corrida de bons antecedentes, e são bons antecedentes mesmo!
— Sei — disse São Pedro — mas no céu ninguém entra sem cavalo — disse ele.
E o homem, não podendo argumentar com São Pedro, voltou. No caminho, encontrou um amigo de muitos anos, a quem perguntou aonde ele ia. Disse o amigo que ia ao céu. Ele explicou então que, sem cavalo, “neca”, nada feito. — Você não vai entrar, assim como eu não entrei, mas resolveu sugerir ao amigo:
— Olha aqui, meu amigo. São Pedro já está velho. Você fica de quatro, eu monto em você. Ele não percebe nada porque já está velho, míope e nós entramos no céu numa boa, entendeu?
E assim fizeram. Na porta, o Santo Homem olhou o nosso herói:
— Opa, você de novo? Ah, conseguiu um cavalo, hein? “Muito bem! Amarre aí fora e pode entrar”.
Millôr escreveu esse conto que o meu avô conta elogiando o amigo. A moral da história ele nunca me disse, mas eu, cá, poderia dizer: — "Acho que Burro não entra no céu, por isso o amigo ficou, amarrado, do lado de fora".
Pronto, contei. Não com os encantos que meu avô conta, mas contei assim mesmo.

17 comentários:

Tomás B disse...

Una bonita historia.

Saludos.

Martha Jane Orlando disse...

Interesting story. Thanks for sharing!

Monique Larentis disse...

Que história fofa, e com certeza cheia de sentimentos e recordações porque faz parte das suas lembranças da infância.

www.vivendosentimentos.com.br

J.P. Alexander disse...

Uy me has hecho reír. Genial relato. Te mando u beso.

Ester disse...

Un relato, una historia para contar al calor de la hoguera. Un abrazo

Érase una vez un libro disse...

Sin duda, una historia tan tierna como divertida.

Albada Dos disse...

Quien regala cuentos regala vida. Un post muy tierno con ese homenaje.

Un abrazo

Jotabê disse...

Oi, Rô, você citou dois dos escritores brasileiros que mais admiro. Na infância e início da juventude li todos os livros infantis do Monteiro Lobato e depois, mais alguns dedicados ao publico adulto. O Millôr Fernandes é o maior humorista brasileiro (não só humorista, deixo claro). O Blogson Crusoe está cheio de textos do Millôr e do Lobato. SE quise conhcer clique no marcador "Produção Terceirizada" e logo encontrará. Em tempo, não conhecia esse divertido texto do Millôr. Abraços.

Verena disse...

Lindas recordações do seu avô.
Gostei!
Um carinhoso abraço.
Verena.

Tais Luso de Carvalho disse...

rssssss, muito divertida essa história,
coitado do amigo, será o que lhe aconteceu
lá amarrado na entrada?
Muito boa historinha.
Deixo votos de um ótimo fim de semana,
beijinho, Rô!

PAULO TAMBURRO. disse...


RÔ,

FOI ÓTIMO SABER DISSO AGORA POIS, SE FOSSE PELOS MEUS PECADOS AQUI NESSE PLANETINHA, MINHA CHANCE DE ENTRAR NO CÉU SERIA ZERO MAS, SÓ PRECISAR TER UM BURRO É MUITO MAIS FÁCIL,
VOU PARA BRASILIA E QUANDO ALGUÉM COMEÇAR A DESTRUIR A PRAÇA DOS TRÊS PODERES E VIER A MORRER, APANHO CARONA COM ELE E ENTRO NO CÉU MONTADO NELE!!!
UM ABRAÇÃO CARIOCA.

RUDYNALVA disse...

Rô!
Agradeço a visita e estou por aqui, não quero perder nada.
cheirinhos
Rudy

Sérgio Santos disse...

Amei a história, Ro. E também achei lindo o novo visual do blog.

Luciano Otaciano disse...

Muito bom Rô. Abraço!

CÉU disse...

Oi, simpática e querida Rô!

Que palavras lindas deixaste no meu blog! Obrigada.
A história que seu avô contava e que vc também contou à gente, tem montes de graça.
S. Pedro está mesmo velho, contudo burro não entra no paraíso.

Beijos e boa semana.

Graça Pires disse...

Deve ter sido lindo ouvir as histórias do seu avô. Adorei esta.
Uma boa semana.
Um beijo.

Parapeito disse...

:)
Gostei muito.
O bonito das "estórias" é que atravessam oceanos.
Essa, também já a ouvi aqui em Portugal.
Mais bonito que a história, é recordar carinhosamente o seu avô e quem a escreveu.
Viajei no tempo, em que sentada nos joelhos do meu avô, também eu escutava histórias de vida ,de bruxas e lobisomens.
Abraço e brisas doces **