VAI DAR PRAIA

 

Não sou uma pessoa azarada e muito menos fiz 4 pontos na mega sena, para não dizer 5 ou 6. É isso o que eu sou, confusa. Embora não seja para todas as questões, há algumas que me tiram do sério, me deixam nervosa, para não dizer puta da vida. Ontem, como era feriado e eu conheço meus pais, combinei de ir à praia com as meninas. Vesti-me conforme a ocasião e já estava saindo quando meu pai indagou se eu não deveria estar estudando para a prova de segunda-feira. (A prova vinha tirando meu sono, mas se eu não relaxar, não parar de estudar, pelo menos por um dia, não vai prestar. Vai dar ruim!), Mas não respondi. Saí sem falar nada porque nada que eu dissesse mudaria a cara que fez. Tudo bem, não precisa me aplaudir, mas, por favor, sair sem dar o dinheiro da despesa é sacanagem! Sem minha mãe, eu teria furado com as meninas. Fiquei fula da vida e na hora até pensei em cortar os pneus do carro dele, gastar todo o dinheiro do seu cartão ou feito algo pior. Mas não fiz nada disso. Só pensei. Pensei e chorei. Chorei até encontrar-me com elas. Se minha mãe estivesse por perto, é claro, que eu ia chorar muito mais, principalmente ao me envolver em seus braços e apertar-me em seu peito como faz nessas horas. É como diz o jardineiro da minha escola; “se não fosse a pá, a enxada e o ancinho, tudo seriam flores, nesse jardim”.