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07 fevereiro 2025

MEU TIO, MINHA AVÓ E MEU PAI.

 




       Meu peito dói quando vejo uma pessoa chorando. Se for muito íntima, acabo chorando também. Ontem chorei porque vovó chorava quando fui a sua casa.
— “Casa de ferreiro espeto de pau”, disse relembrando a morte do filho. Um cara que socorreu um vizinho que estava enfartando. Graças as massagens e ao que ele falava o vizinho vai bem obrigado! Já meu tio não teve a mesma sorte. Se tivesse aplicado em si o conhecimento que o levou a salvar pessoas, como disse meu pai, eu não estaria escrevendo este texto. Afinal, o que fazer quando sentimos uma forte dor no peito e a dor continua no braço até a mandíbula? Talvez meu tio estivesse vivo se conversasse mais vezes com meu pai ao invés de ficar criticando o cunhado. Com certeza meu pai lhe teria dito que tossindo vigorosamente repetidas vezes, respirando profundamente antes de cada tosse, profunda e prolongada, como se tivesse puxando um escarro das profundezas do tórax. Respirasse e tossisse a cada dois segundos, sem parar, teria tempo de ser socorrido. Fazendo esse processo muitas vezes o coração volta a bater normalmente. Infelizmente não ouviu porque falar mal do time do meu pai era mais importante. Emeu pai chorou a morte de quem falava mal dele pelas costas e muitas vezes, quando bebia, também pela frente. “Casa de Ferreiro, esperto de pau”. Vovó enxugava os olhos comigo deitada em seu colo. — Vovó, a bondade e a sabedoria têm nome e sobrenome. A senhora sabia? — Perguntei — o primeiro nome é o seu. O outro é o do meu pai. — Ela riu, aquele riso triste que só a avó da gente tem.
Dormi lá naquele dia.

16 comentários:

Jotabê disse...

Que triste! Tive um colega que andava com um tubinho de isordil no bolsinho de moedas da calça para o caso de infartar. Um dia perguntou aos filho o que era aquilo e como deveria ser utilizado (debaixo da lingua). Ninguém sabia de nada e ele poderia ter ido pro brejo pela ignorância de quem poderia acudi-lo. Socorrer alguém em situações limite é tarefa para socorristas, pois ninguém se lembra de nada na hora do pega.

Albada Dos disse...

Cada momento es único. Un abrazo

Ester disse...

Momento tierno, compartir lagrimas es a veces inevitable. Abrazos

Pequena con estilo disse...

Cada momento es único

LOBEZNA disse...

Pobrecita tu abuela!!!
A veces teniendo información podemos salvar vidas.
Feliz finde y un abrazo.

Tomás B disse...

Lo que le sucedió a tu tío quizás no es tan extraño en muchas personas que ayudan a otros y sin embargo no saben pedir ayuda a tiempo cuando lo necesitan.

Saludos.

Jovem Jornalista disse...

Por isso que temos que viver cada momento como se fosse o último, porque de fato ele é.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE VERÃO do dia 19 de janeiro à 06 de março, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

Jovem Jornalista
Instagram

Até mais, Emerson Garcia

Sakuranko disse...

Oh very interesting story

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Obrigada, sim?
Bjus!!!

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Obrigada por interagir. Muito obrigada mesmo.

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

sem dúvida alguma. bjs.

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Beijos, Dona Ester.
Obrigada.

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Um beijo pra você Pequena. Um beijo.

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Sua visita é um presente. Obrigada.

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Um grande abraço e obrigada, pela visita e palavras.

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Prefiro ir com calma. Isso quando me lembro kkkkkk

AS CALÇAS DO MEU AVÔ