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terça-feira, julho 30, 2024

CARA DE UM, CARA DO OUTRO.

 



Meu professor de ciências e dez amigos contrataram uma van para os levar até o estádio onde o seu time jogaria. Dado que o meu pai é bastante chegado, solicitou-me que o convidasse, desde que levasse mais uma pessoa e pagasse por ela. O meu pai, demonstrando grande satisfação, concordou pagando as passagens. Tinha em vista a minha mãe, mas, infelizmente, ela não vai. Não vai e ainda se zangou por pagar sem consultá-la. Não só por isso, mas por ele não se lembrar que minha avó, como faz nos domingos, vinha almoçar conosco. Mamãe jamais desmarcaria um compromisso pré-agendado. A tristeza tomou o meu pai de tal maneira que até fiquei triste por ele. Sabe aquela de menino que apanhou de cinta do pai?, pois era como ele ficou. Foi isso que me levou a cometer a besteira que cometi — “Não fica assim não, papai. Eu vou com o senhor”. O meu pai mudou na hora. Ele sabe que detesto futebol, mas se eu não faço alguma coisa naquele momento eu não dormiria em paz, nunca mais. — Papai, quem mais vai conosco, além do professor? — Ah, minha filha! São amigos dele. Só por isso aceitei o convite. Amigo de professor deve ser “gente boa” que dizem vocês. — E lá fomos nós. Na ida foi uma maravilha. Cada um conversando com quem estava a seu lado, como fazíamos eu e meu pai. Tudo foi bem, a viagem de ida e a vitória do time deles, mas na volta, a coisa fedeu. Deve ter sido a bebida que tomaram durante o jogo. O filho de um professor, que dizia ser de ciências naturais, não parava de falar. Não falava nada que prestasse e até me cuspiu algumas vezes, me cuspiu falando alto do jeito que falava. Não só ele, como o pai, professor de ciência, beberam além da conta ou não apoiava o filho nas besteiras que falava. Jesus do céu! Como era chato aquele rapaz, não só eles, outros, mas ele e o pai deram um show de babaquices. Basta fechar os olhos para vê-lo de pé, gritar para os outros: — “é isso aí, mermão! Aqui é Framengo, tá ligado!” Dizia com tapas na curva do braço e, a cada balanço, caindo por cima da gente. O motorista e o professor que arrumou aquela coisa podia, pelo menos, dar um “freio de arrumação” naquela bagunça. Não precisei olhar para ver a cara que fazia o meu pai e ele muito menos me perguntou o que eu achava daquilo tudo. A gente se conhece. Pior do que estava não podia ficar, mas ficou. O trânsito está uma bosta. Um percurso de meia hora a gente levou mais uma hora. Uma hora e meia ouvindo as sandices daquele babaca do pai babaca e do resto de babaca que ria não sei de quê. — Papai, eu te amo, mas, por favor, não me mete mais nesse tipo de furada, “tá ligado?” hahahaha. Só rindo, “mermo”.

4 comentários:

Pequena con estilo disse...

Un post interesante

Ester disse...

Hacemos las cosas con la mejor intención y a veces algo falla, pero no hay que sufrir, seguro que la mayoría de veces todo funciona. Un abrazo

J.P. Alexander disse...

A ve ces lo que amamos nos hieren. Te mando un beso.

Tomás B disse...

El consumo abusivo de productos alcohólicos como se demuestra en tu articulo puede hacer ver el lado mas oscuro de personas que pueden ser un ejemplo.

Saludos.

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