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terça-feira, janeiro 09, 2024

A TERCEIRA MARGEM.

 

         


       Há poucos dias li um livro de Guimarães Rosa intitulada “A terceira margem do Rio”. — mas como assim, terceira margem do rio?, eu perguntava. Curiosa, deitei a leitura. Foi quando concluí o quão desesperador deve ser um filho, a margem de um rio, ficar olhando o pai, que escolheu morar naquele barquinho de madeira onde passaria o resto de sua vida. E, de acordo com o escritor, o ser humano gosta de mudar de vida, mudar de credo e outras coisas mais, desde que ache que, mudando, tudo mudará para ele. Foi o que concluí “vendo” aquele rapaz ali, à beira do rio, presenciando a passagem do velho à terceira margem, a margem do “não-óbvio, do não-dado, a margem que transcende o cotidiano e o rotineiro”, como tão bem Guimarães descreve no livro. São muitas as perspectivas sob as quais se pode ler o conto. Tem os que o entendem a partir da perspectiva da morte. Eu não sei se concordo porque a morte é um acontecimento inevitável a vida da gente. Têm outros que acham que as “duas margens do rio” seja a vida possível, a que se vive no dia a dia. A terceira margem seria aquela que não é vista, que sai do cotidiano, do lógico, é a transcendência diante do dado, do rotineiro. Assim, a terceira margem falaria das dimensões da vida humana que não podem ser explicadas aos olhos do pensamento lógico-racional, mas que só poderiam ser vivenciados na perspectiva existencial, não precisando sequer ser explicado, como deixa entender o dono da obra. (Meu pai, que leu o rascunho, desse meu texto, foi dizer para minha mãe que eu sou muito atrevida. Que eu seja então!) Talvez não só ele, mas também dona Catiaho, deve me criticar. Gente, não estou escrevendo a sinopse de coisa nenhuma, até porque, ela, Dona Catiaho, é quem o faz muito bem! Desculpe, eu só quis ajudar.

24 comentários:

Ester disse...

Gracias por esa lectura. Abrazos

J.P. Alexander disse...

Uy pobre tus escritos te metieron en un lío y a veces la lógica es lo primero que se pierde en este mundo loco. Te mando un beso.

Porventura escrevo disse...

Um texto bem forte🙂

Porventura escrevo disse...

Um texto bem forte 🙂

Albada Dos disse...

La idea es muy interesante. Tener un padre a la orilla de un río, imaginé un barco-casa, ha de ser muy agradable, pero puede dar pie a cierta confusión.

Un buen texto. Un abrazo

Albada Dos disse...

Ha de ser muy chulo, aunque confuso a veces.

Un abrazo

Tomás B disse...

Creo al igual que tu que ese tercer margen es algo que se nos escapa de lo que vemos de normal.

Saludos.

Teresa Isabel Silva disse...

Parece um conteúdo bastante interessante! Fiquei curiosa!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Marly disse...

A obra de Guimarães Rosa é espetacular. Na minha opinião, ele mais do que mereceu um Nobel de literatura, que nunca lhe foi dado.
Quanto ao conto 'A terceira margem do rio', entendo a estória como a de um despertar do pai, que percebe outros sentidos para a existência, tendo essa percepção tão ampliada, que ele muda a vida toda, a fim de se ajustar a ela.

Beijo

El Sentir del Poeta disse...

Amiga gracias por compartir tus escritos.
Cariños y besos

Sérgio Santos disse...

Texto bom, hein. E morte é um assunto que sempre que penso me dá uma angústia gigante por não saber o que virá.

Lucinalva disse...

Bom dia, Rô
Parece ser um livro interessante, um forte abraço.

Conchi disse...

Acepto tu invitación, pues tienes un blog muy interesante. Gracias por tu visita y comentario al mío.

Abrazos.

the creation of beauty is art. disse...

This sounds like such an interesting story! Thank you for the heads up. I will have to add it to my reading list! I hope you are having an excellent week so far <3
the creation of beauty is art.

Mário Margaride disse...

Excelente texto amiga RO. Gostei de ler.
Grato pela visita e comentário no meu cantinho.
Beijinhos e feliz fim de semana!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Marta Vinhais disse...

Olá, um texto muito interessante. Acho que a 3ª margem é realmente o que não se vê, apenas se sente...e todos temos uma perspectiva diferente... reflecte o que pensamos e sonhamos.
Grata pela visita e espero que volte mais.
No dia 08 de cada mês, eu convido os meus comentadores a escreverem um pequeno texto com base num dos meus poemas.
Apareça...
Beijos e abraços
Marta

Juvenal Nunes disse...

Todos temos o direito de opinar e até trocar impressões, que é, também, uma forma de aprendizagem.
Nunca li Guimarães Rosa, mas espero fazê-lo brevemente.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

Beatriz Pin disse...

Olá Ro, agradeço a tua visita no meu blog. Não li nada de Guimaraes Rosa mas tenho conoçença da súa existença.
A terceira dimençao? Vem a ser o mesmo? Concordo com algúms dos comentarios a esta interesante entrada, de que isa margem vem sendo o nosso subconsciente, ou algo fôra do normal.
Bom fim de semana.
Beijinho

Rosana Martí disse...

Un relato que llama a la reflexión, la vida por si ya es fuerte.
Gracias por venir a mi rinconcito de letras, me quedo aquí en el tuyo...volveré.
Besos!!

Maria Rodrigues disse...

Excelente reflexão. Parece ser um livro muito interessante, que leva cada leitor, a ter a sua própria interpretação, sobre o sentido da terceira margem.
Beijinhos

Kinga K. disse...

Lindo texto :D

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Rô querida,
Motivada por essa sua
publicação já selecionei
o livro do Guimaraes Rosa
que contém essa história.
Quando terminar voltarei
aqui para dizer o que achei.
Quanto ao seu texto em geral,
é sempre show ler.
Bjins de boa nova semana.
CatiahoAlc.

Jaime Portela disse...

O título é apelativo.
E misterioso.
Mas também há rios sem margens...
Boa semana querida amiga R.
Beijos.

Jovem Jornalista disse...

Há muitos mistérios entre o céu e a terra que podem julgar nossa vã filosofia.

Boa semana!

O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!

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Até mais, Emerson Garcia